Percurso

História, natureza e tradições populares: museus na Costa Verde

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O Percurso

Para conhecer as diferentes memórias que os museus da Costa Verde nos revelam, atravessamos lugares paradisíacos, onde a serra teima em competir com o mar da Baía da Ilha Grande, numa disputa insensata pela primazia estética.

A serra teima em competir com o mar da Baía da Ilha Grande, numa disputa insensata pela primazia estética

Um bom destino é Paraty, simpático município que, desde 1966, foi elevado à categoria de Monumento Nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ao percorrermos o Bairro Histórico de Paraty, temos a impressão de estarmos no passado. A mais antiga edificação religiosa da cidade, a Igreja de Santa Rita, que teve sua construção iniciada em 1722, abriga o Museu de Arte Sacra de Paraty. O museu reúne acervo proveniente das irmandades religiosas e das igrejas de Nossa Senhora dos Remédios, Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora das Dores, além dos Passos da Paixão e capelas da zona rural. Nas coleções de imaginária e de prataria dos séculos XVII, XVIII e XIX, destacam-se as imagens da padroeira de Paraty, Nossa Senhora dos Remédios, e o Grupo da Sagrada Família, com rara iconografia de Nossa Senhora da Expectação; as alfaias expostas em caixa-forte/vitrine; as coroas e os cetros usados nos cortejos das festas do Divino Espírito Santo e de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito e a custódia que conduz o Santíssimo Sacramento na procissão de Corpus Christi. Apesar de musealizados, esses objetos retomam seus status e usos originários ligados às práticas e tradições religiosas ao serem devolvidos às irmandades que os carregam nas procissões em dias festivos pela cidade. Além da guarda e conservação das coleções, o museu promove a pesquisa e a divulgação do testemunho histórico, cultural e religioso da comunidade paratiense.

No alto do Morro da Vila Velha, Morro de São Roque, Morro do Pontal e depois Morro do Forte, desponta uma das mais belas vistas da cidade e da baía de águas calmas, por onde embarcava o ouro vindo das minas rumo à cidade do Rio de Janeiro.Como um presépio à beira-mar, no Centro Histórico a imponente Igreja da Matriz contrasta com o casario colonial, a maioria requalificada como pousadas, restaurantes e lojas de artesanato.

Seguindo esse clima musical, uma experiência imperdível é participar das serenatas que são executadas às sextas-feiras e aos sábados, depois das 23 horas, na Rua das Flores, no bairro da Felicidade. Seresteiros, poetas, cantadores misturam-se aos visitantes e turistas ao som do cancioneiro da música brasileira de amor.

Levas de turistas embarcam rumo às centenas de ilhas e de praias espalhadas pela Baía de Paraty

Com acesso apenas aos pedestres, nas ruas de pedras irregulares, produto e memória da riqueza produzida pelo caminho do ouro, levas de turistas embarcam rumo às centenas de ilhas e de praias espalhadas pela Baía de Paraty.

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É ainda no Morro do Forte, lugar que recebeu o primeiro núcleo de povoamento em Paraty, que se encontra o museu Forte Defensor Perpétuo, administrado pela prefeitura. A fortificação abriga um museu de tradições populares de Paraty e, assim como o restante da cidade, dialoga fortemente com o período em que o Brasil era uma colônia de Portugal. Graças ao isolamento de mais de um século, a cidade, um dos mais importantes caminhos do ouro durante a Colônia (1530-1815), manteve preservados seu traçado urbano, arquitetura e tradições. À época, um complexo composto de fortes, fortins e baterias defendiam a cidade e seu porto dos constantes ataques de corsários e piratas. Estudo feito no século XIX relata que todas essas fortificações foram desarmadas entre 1828 e 1831. Por volta de 1885, já estavam em ruínas.

Graças ao isolamento de mais de um século, a cidade, um dos mais importantes caminhos do ouro durante a Colônia (1530-1815), manteve preservados seu traçado urbano, arquitetura e tradições

Nossa viagem pela Costa Verde prossegue em direção ao município vizinho de Angra dos Reis. O Museu de Arte Sacra de Angra dos Reis, sediado nas dependências da Igreja de Nossa Senhora da Lapa e Boa Morte é considerado um dos mais importantes do estado em matéria de arte sacra. Seu acervo, tombado pelo Iphan, reúne cerca de dois mil itens distribuídos em coleções de imaginária, prataria e indumentária, que datam do século XVII ao início do século XX. Esse acervo é oriundo das irmandades já extintas do Santíssimo Sacramento, de Nossa Senhora do Rosário, de São Miguel e Almas e de Nossa Senhora da Conceição; das igrejas localizadas na Ilha Grande, Mambucaba, Ariró, Bracuí, Ribeira e Jacuecanga, assim como do culto doméstico muito particular que fez surgir algumas imagens de cunho popular tradicional na região. Criado em 1992, o museu é um misto de templo sagrado e espaço cultural. Desde então, todo ano é realizada no museu uma exposição temática diferente, com o fim de fazer circular o importante acervo sob a fiscalização do Iphan e manutenção do município.

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Por fim, vale a pena seguir em direção à Mangaratiba para conhecer precioso acervo de conchas, preservado no Museu Municipal de Mangaratiba. Resultado do esforço de colecionamento e pesquisa de um morador do local, o “Doutor Carlitos”, como é conhecido, esse acervo malacológico representa uma curiosa forma de contribuir para a preservação da biodiversidade na região. Cerca de 1.200 espécies de conchas evidenciam a diversidade da fauna de moluscos numa região de pulsante biodiversidade.

História, natureza e tradições populares interagem e se conjugam num dos percursos mais belos do estado.

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Museus Incluídos no Percurso

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Projeto realizado com o patrocínio do Governo do Rio de Janeiro e da Secretaria de Estado de Cultura – Edital Mídia Digital 2011
Apoios
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